terça-feira, 6 de setembro de 2011

Após o sonho...

... há que enfrentar a manhã seguinte. Para iniciar uma nova viagem, clica aqui.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A segunda parte...

... porque a vida não pára e a noites e os dias se sucedem, trazendo consigo a vontade de continuar a sonhar, mesmo numa realidade que se revela sempre e cada vez mais uma grande fonte de inspiração.

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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Uma parte do sonho está realizado...


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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fotografias

É uma luz ténue que invade todo o espaço.
Não brilha, não ofusca, não fere os olhos.
É paz.
É um beijo delicado depositado sobre o rosto,
um toque de suavidade sentido na pele,
o prazer de te sentir novamente.
É uma amena brisa ao final da tarde,
a serpentear pelos teus cabelos soltos,
livres de amarras, a voar, a beijar o céu.
É o rio que corre, ao longe, lentamente,
sob a ponte, com o seu rumo definido, o mar,
o imenso mar que o espera, pacientemente,
e o abraça e o acolhe no seu íntimo azul.
Em paz.
É um barco a navegar, solitário,
num oceano infinito de vontades escondidas,
outras verdades,
em busca de um outro lado, a vida,
de outras realidades,
de outras histórias.
É um castelo nas nuvens,
suspenso em alicerces fortes, de sentimentos,
revelados na força de uma mão,
que nunca me conseguiu largar
É um sorriso meigo que se abre para mim,
quando o horizonte assume tons escarlate,
e a linha corta ao meio um sol quase posto.
É uma dança no relvado de um qualquer jardim,
por entre o perfume das flores,
o calor dos teus braços,
e a água que nos salpica os corpos.
São as voltas imparáveis do mundo,
que mostram fulgentes imagens,
fotografias gravadas na memória,
como regresso aos velhos sonhos,
outrora ignorados, esquecidos,
perdidos nas asas de um desejo maior.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cubo

Quero sair, voar,
respirar fundo,
beijar o céu,
sentir as nuvens entre os dedos da mão,
abraçar o sol e a lua.
Quero amar por inteiro, o mundo,
admirá-lo em contemplação,
sorvê-lo em longos tragos de satisfação.
Mas prendem-me estas quatro paredes opacas,
e um tecto e um chão.
Oiço excertos de vozes do outro lado,
a minha também,
talvez.
Mas não estou lá, estou aqui.
Será aquela a minha voz?
Distingo alguns vultos do outro lado
e um deles julgo ser eu,
talvez.
Mas não estou lá, estou aqui.
Será aquela a minha figura, o meu perfil?
Falo.
Alguém me ouve?
Talvez…
Quero ver o azul do céu.
Falta-me o azul do céu,
os sons da rua:
os ruídos estridentes, os apitos,
os berros, os gritos.
Os risos…
As crianças a correr…
O toque da relva na palma da mão…
Esmurro a parede opaca,
com força.
Não parte e já me doem as nozes dos dedos.
Alguém me ouve?
Talvez sim…
Talvez não…
Nem eu sei se me oiço a mim..
Só te oiço a ti.
Por hora, está bem assim…

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Esta noite

A Ilha dos Amores, pintura de Elisabete de Almeida (Ellys)
Esta noite tem um cheiro doce a perfumá-la.
È o perfume de flores,
ou é teu,
ou talvez o cheiro do mar.
Esta noite tem uma luz forte a iluminá-la.
È um raio de luar,
ou és tu,
ou talvez uma estrela cadente a rasgar o céu.
Olha, vês onde caiu?
É uma explosão de cores.
É o mais íntimo desejo concedido.
Vem, vamos lá buscá-la.
Caiu na ilha dos amores.

A Ilha dos Amores

Leves como deusas
Acenderam céus
- núpcias divinas -
Discretas Rosas
Que de Sírius caíram

Agora Vénus brilha.

Ao centro,
A
Secreta Ilha.

Poema de Maria Azenha

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Não sou eu

desenho de Alberto Farah

Não consigo adormecer…
Está escuro.
Imagens recorrentes, repetitivas, sucedem-se no meu pensamento e atormentam.
És tu e o teu corpo. Despido…
É o teu corpo subjugado a outro corpo. O corpo de um homem.
Um homem que não sou eu!
São as tuas pernas abertas, prontas a acolher um corpo. O corpo de um homem.
Um homem que não sou eu!
É parte de um corpo dentro de ti. Parte do corpo de um homem.
Um homem que não sou eu!
São os teus dedos cravados nas costas de um corpo. Um corpo que sente e se deleita no teu âmago.
Um corpo que não é o meu!
É a pele branca e macia das tuas nádegas, afagada por uma mão áspera.
Uma mão que não é a minha!
É o bico róseo do teu seio, erguido, saboreado por uma língua amarga.
Uma língua que não é a minha!
É o teu prazer clamado que ecoa num quarto estranho.
É a tua súplica intensa por mais, recitada para um público onde eu não estou!
É a palavra amor soletrada a um ouvido.
Um ouvido que não é o meu!
É a dança dos corpos culminante na exaustão de um vigoroso grito de volúpia.
É parte de alguém que fica em ti. Que absorves. Que recebes no teu colo de intimidade.
É parte de alguém que não sou eu!
Está escuro.
As imagens são lúcidas.
Sim, és tu. Despida…
E mais alguém. Alguém que não sou eu!